São Paulo – Os brasileiros, de forma geral, não falam bem inglês. Em ranking global de proficiência no idioma realizado pela empresa de educação EF Education First mostra os brasileiros em 38º lugar entre 63 países.
O baixo índice de domínio do inglês por parte da população brasileira é uma realidade construída desde aeducação pública básica e dados mostram isto de forma explícita.
Estudo do Instituto Plano CDE, encomendado pelo British Council, mostra que apenas 33% dos professores de escolas públicas têm certificação de proficiência em inglês. Ou seja, se nem os professores têm, o que esperar dos alunos.
“Existe uma falta de padronização, não se exige dos professores exame de proficiência. Os testes de admissão são simples”, diz o sócio-diretor do Plano CDE, Maurício de Almeida Prado.
De acordo com ele, a pesquisa, que contou com respostas de 1.350 professores de inglês de todas as regiões do país, mostra que impera a cultura do “quebra-galho” no ensino de inglês na rede pública do Brasil.
“A maioria dos professores que lecionam inglês dá aulas também de outras matérias. Não são especialistas em inglês e muitos relataram que o ensino da disciplina não é levado a sério pela direção da escola”, diz.
Segundo o levantamento, 38% dos professores dão mais do que 30 aulas por semana. Apesar da estabilidade, os profissionais são mal remunerados. Neste sentido, a rede privada concorre (e ganha) da rede pública em atratividade de profissionais.
“Não vá repetir o aluno por causa do inglês”
Há casos em que professores disseram ter sido desestimulados a reprovar alunos por conta do mau desempenho em inglês.“Muitos relataram que o ensino de inglês nas escolas públicas não tem a importância dada a matemática ou português.
A falta de valorização do aprendizado de inglês está na lei brasileira. “O ensino específico de inglês não é obrigatório, apenas o de uma língua estrangeira e não há definição de grade horária mínima”, diz Prado.
Também está na gestão do ensino, segundo a pesquisa da Plano CDE. “O professor de inglês é o mais solitário, não tem com quem praticar ou discutir o plano de aula, porque muitas vezes nem o coordenador pedagógico da escola fala o idioma. Não há troca, como ocorre entre os professores de outras disciplinas”, diz Prado.
A desvalorização da disciplina de inglês também está nas avaliações oficiais do Ministério da Educação (MEC). “De 180 questões no Enem, apenas 5 são de inglês”, afirma o diretor do Instituto Plano CDE.
Segundo Prado fica clara a má gestão dos recursos empregados para o ensino de inglês na rede pública. “ É um dinheiro que já é gasto com isso, mas é mal gasto”, diz.
Enquanto isso... no mercado de trabalho
Se por um lado, não se dá importância ao aprendizado de inglês na rede pública de ensino, o domínio do idioma é essencial aos olhos do mercado de trabalho. Profissionais em nível de coordenadoria fluentes no idioma conquistam salários até 62% mais altos do que colegas que não falam inglês, segundo pesquisa divulgada pela Catho.
“A questão da importância do inglês no mercado de trabalho é óbvia. Mas há ainda outro fator que é o fato de o falante de inglês tem mais acesso a conteúdos qualificados não traduzidos de cursos e textos na internet, por exemplo”, diz ele, lembrando também que a falta de domínio do inglês por parte dos brasileiros tem sido um entrave para o sucesso do programa Ciência Sem Fronteiras. Houve casos de bolsistas que tiveram de voltar ao Brasil justamente porque foram reprovados em testes de proficiência no idioma.
“Existe uma falta de padronização, não se exige dos professores exame de proficiência. Os testes de admissão são simples”, diz o sócio-diretor do Plano CDE, Maurício de Almeida Prado.
De acordo com ele, a pesquisa, que contou com respostas de 1.350 professores de inglês de todas as regiões do país, mostra que impera a cultura do “quebra-galho” no ensino de inglês na rede pública do Brasil.
“A maioria dos professores que lecionam inglês dá aulas também de outras matérias. Não são especialistas em inglês e muitos relataram que o ensino da disciplina não é levado a sério pela direção da escola”, diz.
Segundo o levantamento, 38% dos professores dão mais do que 30 aulas por semana. Apesar da estabilidade, os profissionais são mal remunerados. Neste sentido, a rede privada concorre (e ganha) da rede pública em atratividade de profissionais.
“Não vá repetir o aluno por causa do inglês”
Há casos em que professores disseram ter sido desestimulados a reprovar alunos por conta do mau desempenho em inglês.“Muitos relataram que o ensino de inglês nas escolas públicas não tem a importância dada a matemática ou português.
A falta de valorização do aprendizado de inglês está na lei brasileira. “O ensino específico de inglês não é obrigatório, apenas o de uma língua estrangeira e não há definição de grade horária mínima”, diz Prado.
Também está na gestão do ensino, segundo a pesquisa da Plano CDE. “O professor de inglês é o mais solitário, não tem com quem praticar ou discutir o plano de aula, porque muitas vezes nem o coordenador pedagógico da escola fala o idioma. Não há troca, como ocorre entre os professores de outras disciplinas”, diz Prado.
A desvalorização da disciplina de inglês também está nas avaliações oficiais do Ministério da Educação (MEC). “De 180 questões no Enem, apenas 5 são de inglês”, afirma o diretor do Instituto Plano CDE.
Segundo Prado fica clara a má gestão dos recursos empregados para o ensino de inglês na rede pública. “ É um dinheiro que já é gasto com isso, mas é mal gasto”, diz.
Enquanto isso... no mercado de trabalho
Se por um lado, não se dá importância ao aprendizado de inglês na rede pública de ensino, o domínio do idioma é essencial aos olhos do mercado de trabalho. Profissionais em nível de coordenadoria fluentes no idioma conquistam salários até 62% mais altos do que colegas que não falam inglês, segundo pesquisa divulgada pela Catho.
“A questão da importância do inglês no mercado de trabalho é óbvia. Mas há ainda outro fator que é o fato de o falante de inglês tem mais acesso a conteúdos qualificados não traduzidos de cursos e textos na internet, por exemplo”, diz ele, lembrando também que a falta de domínio do inglês por parte dos brasileiros tem sido um entrave para o sucesso do programa Ciência Sem Fronteiras. Houve casos de bolsistas que tiveram de voltar ao Brasil justamente porque foram reprovados em testes de proficiência no idioma.